Papo de Farmácia: Marketing para farmácias: conheça as principais regras
Veja como trabalhar o marketing da sua farmácia de acordo com a legislação
Se existe uma característica que podemos destacar com relação ao marketing para farmácias, certamente é a regulação da publicidade. A comunicação de marcas farmacêuticas e medicamentos sempre existiu sob regras rígidas, contudo, tendo clareza acerca das leis de publicidade que regem o setor, as empresas, grandes e pequenas, alcançam excelentes resultados em suas ações de marketing.
Por mais óbvio que possa parecer, é importante lembrar que as farmácias também enfrentam a concorrência, têm seus departamentos e se relacionam com clientes como qualquer outro estabelecimento comercial, e não sobrevivem apenas da mera distribuição de medicamentos sob prescrição médica.
Tendo isso em mente, podemos visualizar a importância de se estabelecer uma rotina de marketing para farmácias locais. Mas como poderemos implementá-la sem deixar de lado as importantes regras do marketing farmacêutico?
Marketing para farmácias: conhecendo as regras
Antes de pensarmos em qualquer tipo de prática, é importante ter uma visão geral do cenário regulatório do setor, definido pela RDC nº 96/2008. Para o público em geral, que é o caso das farmácias locais, só é permitida a divulgação de medicamentos que não exijam a prescrição médica. Para estes, existem alguns requisitos que devem estar presentes nas publicidades, para que esta possa ser publicada. São eles:
- nome comercial do medicamento;
- nome do princípio ativo;
- número do registro do medicamento na Anvisa;
- a indicação do medicamento;
- a advertência obrigatória: “SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.
- uma das três advertências adicionais:
1ª) Se o medicamento apresenta efeito de sedação/sonolência: “(Nome comercial do produto) É UM MEDICAMENTO. DURANTE SEU USO, NÃO DIRIJA VEÍCULOS OU OPERE MÁQUINAS, POIS SUA AGILIDADE E ATENÇÃO PODEM ESTAR PREJUDICADAS”;
2ª) Relacionada ao seu princípio ativo. Ex.: “CÂNFORA: NÃO USE ESTE MEDICAMENTO EM CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS DE IDADE.”
3ª) Advertência padrão: “(nome comercial do medicamento ou, no caso dos medicamentos genéricos, a substância ativa) É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA”
É permitido divulgar preços de medicamentos?
Sim, mas seguindo algumas diretrizes. As tradicionais tabelas com preços podem incluir medicamentos que exigem a prescrição médica. Para isso, algumas informações devem constar, sendo elas:
- nome comercial do produto;
- substância ativa, segundo a DCB/DCI;
- apresentação, incluindo a concentração, forma farmacêutica e a quantidade;
- número de registro na Anvisa;
- nome do detentor do registro;
Para os medicamentos isentos de prescrição médica e outros itens dos demais departamentos da farmácia, como cosméticos e higiene pessoal, é permitida a divulgação em mídias publicitárias mais expositivas, como encartes e publicações em redes sociais.
Nesse caso, além das informações exigidas pela RDC nº 96/2008 citadas acima, é possível também ilustrar com as imagens das embalagens e motes publicitários, sem que estes prometam resultados ou façam alusão a curas ou a características organolépticas, ou seja, insinuar que sejam saborosos, gostosos, deliciosos, aromáticos, etc.
É também vedada a inclusão de termos imperativos que induzam ao uso indiscriminado dos medicamentos (tome, use, tenha, experimente), bem como a exposição de pessoas fazendo a utilização dos mesmos.
Outros pontos interessantes são:
- é vedada a divulgação de medicamentos como sendo novidades ou lançamentos, se estes já tiverem ultrapassado dois anos do início de sua comercialização em território nacional;
- é obrigatória a exposição da data de criação ou impressão da peça publicitária.
Como posso desenvolver o marketing para farmácias na prática?
As farmácias não comercializam apenas medicamentos, mas também diversos produtos que possuem a regulamentação mais branda e permitem que se faça publicidade com maior liberdade, tais como itens cosméticos, de higiene pessoal e alimentícios.
Em termos estratégicos, existe um caminho aberto para o marketing de conteúdo, uma frente de marketing que parte da premissa da construção de reputação e relacionamento, e não necessariamente a conversão imediata ou da venda direta de produtos. Basicamente consiste em contar histórias ou fornecer informações de interesse para o público-alvo, visando a construção da autoridade da marca e sua relevância frente ao usuário.
Os meios digitais proporcionam diversas opções para se trabalhar o marketing de conteúdo, em especial os blogs e as redes sociais. Os assuntos podem ser:
- Ofertas e apresentações sobre produtos que não são medicamentos;
- Publicações com explicações científicas dos medicamentos que não exijam prescrição médica;
- Dicas de saúde, nutrição e bem-estar;
- Histórias reais, como casos de superação, ou sobre o trabalho de cientistas farmacêuticos;
- Esclarecimentos sobre temas que são considerados tabus, como o câncer, por exemplo.
Estes conteúdos são capazes de criar engajamento e consolidar a fidelização de quem já é cliente, além de prover resultados em sistemas de busca, ou em navegação nas redes sociais, para pessoas que têm interesses associados ou buscam soluções relacionadas.
Invista na experiência positiva de consumo
E por fim, mas não menos importante: para que todo o esforço em marketing traga bons resultados, é imprescindível promover a experiência positiva de consumo dentro da sua farmácia local! Propor um bom atendimento e um ambiente favorável incentiva o retorno do cliente e é uma forma de driblar a concorrência!
Você pode viabilizar uma experiência positiva com ações simples, como:
- Otimize a distribuição de produtos dentro da farmácia, valorizando e desenvolvendo zonas quentes;
- Invista no bom relacionamento, com colaboradores bem treinados;
- Tenha foco na cordialidade;
- Lembre-se de datas importantes para o cliente, como seu aniversário;
- Proponha ações facilitadoras de consumo:
- Um serviço de delivery;
- Promoções personalizadas;
- Promoções personalizadas;
- Mantenha um forte vínculo pós-vendas:
- Ofereça programas de fidelidade;
- Ofereça programas de fidelidade;
Fontes: 1. Anvisa. Regras básicas de propaganda. acesso em 08 de fevereiro de 2022 2. Brazilian Journal of Health and Pharmacy. O marketing farmacêutico e sua influência no consumo de medicamentos: Uma revisão integrativa da literatura Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 3. SCee Fiocruz. Indústria farmacêutica: marketing desenfreado e mercado em ascensão Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 4. CRFRS. Propaganda de medicamentos: o que é permitido ou não em materiais impressos e à exposição na farmácia Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 5. CRFSP. Fique atento às regras para a propaganda de medicamentos sujeitos à prescrição médica..Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 6. D’lucca Comunicações. Marketing Farmacêutivo: 3 Boas Práticas de Conteúdo.Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 7. Rock Content. Marketing farmacêutico: o que é preciso para conquistar o público?. Último acesso em 08 de fevereiro de 2022.
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